Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana”: apoiado por tecnologias de fiscalização eletrônica, desacelerar é a chave para um trânsito mais seguro
A cada hora, seis pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil. Em 2025, a campanha Maio Amarelo tem o tema “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana” e o mote “Desacelere. Seu bem maior é a vida”. O tema convida a desacelerar não somente ao volante – já que o excesso de velocidade é a maior causa de mortes no trânsito – mas também a reduzir o ritmo frenético do dia a dia, da pressa, da desatenção por causa do uso do celular e das atitudes individualistas no trânsito.
Estudos indicam que diminuir em 10% a velocidade média no trânsito pode reduzir até 40% dos acidentes graves.
Novas tecnologias em radares estão garantindo a possibilidade de um monitoramento que vai além dos níveis de velocidade. Utilizando o chamado efeito doopler, atrelado ao laço digital – radares instalados em cidades como Curitiba, São Paulo, Goiânia e Salvador – tem como diferencial – detectar o comportamento do motorista como, por exemplo, o uso do cinto de segurança e do celular.
Os equipamentos conseguem registrar tudo o que estiver até uma distância de 100 metros antes e depois do seu ponto de instalação com muita precisão, diferentemente dos radares que utilizam apenas sensores no chão.
Em Curitiba (PR), por exemplo, o Programa Vida no Trânsito, iniciado em 2011, alcançou resultados notáveis até 2022: a mortalidade em acidentes caiu 49,5%. A mudança no limite de velocidade, de 60 km/h para 50 km/h em grande parte da malha viária da capital, também foi uma das ferramentas dessa evolução. Uma solução que já é utilizada em Genebra (Suíça) há 20 anos.
Mas a simples redução de velocidade não é efetiva se não houver fiscalização. Hoje, 883 faixas em Curitiba são monitoradas eletronicamente (38 locais com 79 faixas monitoradas com lombadas eletrônicas e 155 locais com 804 faixas monitoradas com radares), contribuindo para o controle de infrações. Nos quatro primeiros meses de 2025, Curitiba emitiu 407.755 notificações de infrações de trânsito, 65% delas registradas pelos equipamentos eletrônicos.
Entre as principais infrações, a maior foi “Transitar em velocidade superior à máxima permitida, em até 20%”, com 44% do total de infrações (182.508 multas). Em sexto lugar ficou “Transitar em velocidade superior à máxima permitida, em mais de 20% e até 50%”, com 19.855 infrações (4,8% do total). Isso mostra o quanto os condutores curitibanos ainda desrespeitam os limites de velocidade, mesmo após tantos trabalhos de conscientização e fiscalização.
Salvador atinge menor taxa de mortes
Em Salvador, a frota cresceu 31% entre 2016 e 2024. Ainda assim, conquistou a menor taxa de mortes por 100 mil habitantes no trânsito. Em 2018, a taxa foi de 3,99, número que, segundo a OMS, equivale ao da Dinamarca. O número ainda foi 55% menos letal do que o registrado em 2011.
Conforme a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), são 185 faixas monitoradas com radares do tipo Doppler, grandes aliados na redução dos acidentes e óbitos. Após a adoção destes radares, o número de mortes no trânsito caiu 56%, passando de 247 em 2012 para 109 em 2022. Houve também uma redução de 57% nos acidentes, de 6.827 para 2.946 no mesmo período.
Legenda: Radares em Salvador. (Crédito: Velsis)
São Paulo amplia fiscalização
A capital São Paulo registrou recordes preocupantes no trânsito: a cidade teve 1.211 óbitos e 30.624 acidentes no ano de 2023, os piores números em oito anos. No ano seguinte, a estatística também foi assustadora: 1.450 mortes e 29.937 acidentes. Os dados são do Infosiga, o sistema estatístico de trânsito do Detran-SP.
Em 2024, a prefeitura começou a trocar os equipamentos antigos por novos, o que deixou menos radares em operação. Tempo suficiente para mostrar que a falta de fiscalização eletrônica levou os motoristas a acelerarem mais e os acidentes aumentarem.
São Paulo tem outro fato histórico que comprova que a redução da velocidade preserva vidas. Em 2015, a adoção da redução de velocidade em marginais, aliada a radares móveis, resultou na queda de 27% nos acidentes com vítimas e de 50% nos acidentes fatais, num período de apenas seis semanas.
São dados que, entre outros fatores, convenceram a prefeitura a modernizar os radares na capital em 2024. Quando tudo estiver implantado, a Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) da cidade de São Paulo estima que terá 299 faixas de radares tipo Doppler, a tecnologia mais avançada existente na fiscalização eletrônica de trânsito. Entre os Doppler, 48 equipamentos são da Velsis, que estão sendo instalados na zona Sul da cidade.
Saindo da capital e abrangendo o estado, São Paulo também bateu tristes recordes em 2024: foram 6.119 mortes e 135.550 acidentes. No ano anterior, os números também foram muito altos: 5.455 óbitos e 140.488 acidentes, os dados mais elevados em quase uma década. Isso levou o governo estadual a aumentar a fiscalização eletrônica: 649 radares estão sendo instalados, desde janeiro, em rodovias não concedidas. Elas ainda não possuíam radares. Somando aos 585 equipamentos que já existem nas rodovias sob concessão, sobem para 1.234 o total de radares nas estradas paulistas.
Goiânia e os radares Doppler
Goiânia retomou o uso de radares em abril de 2025, após quase um ano com equipamentos desligados. A fiscalização voltou a ser feita em 604 faixas de tráfego, com o uso de 300 equipamentos, além de 100 câmeras acopladas aos radares, para ampliar a cobertura das vias e enviar alertas em tempo real à segurança pública. Destas 604 faixas, 269 delas estão sendo instaladas pelo consórcio Fiscaliza Gyn, que tem como integrantes as empresas Sigvias e a Velsis, fornecedora da tecnologia dos radares Doppler.
O intervalo em que a cidade ficou sem radares registrou um aumento nos acidentes. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) mostram que, entre setembro de 2023 e maio de 2024, quando os equipamentos funcionavam, ocorreram 183 óbitos em acidentes. Já entre junho de 2024 e fevereiro de 2025 (também um período de nove meses, para efeito de comparação), tempo que a cidade ficou sem fiscalização eletrônica, as mortes subiram para 193. Uma aumento de 5,4%.
Radar Doppler: precisão e alcance
O radar Doppler, uma das soluções de tecnologia da Velsis, emite sinais de rádio contínuos que, ao refletir em veículos, retornam com variações de frequência proporcionais à velocidade. Além da leitura de velocidade dos veículos, o equipamento capta também motociclistas que passam entre faixas e motoristas que tentam driblar a fiscalização passando pelo acostamento.
O Doppler é uma tecnologia não intrusiva. Ou seja, não precisa de cortes no pavimento, como os radares com laços inseridos no asfalto, o que traz mais flexibilidade e menos custo na instalação. O equipamento tem alcance de até 100 metros antes e depois do ponto de fiscalização, impedindo reduções momentâneas de velocidade. A solução viária também identifica placa, marca e cor de veículos furtados ou com IPVA vencido.
Tecnologia Velsis de mobilidade urbana
Desde 2005, a Velsis oferece alta tecnologia para cidades e rodovias e opera soluções de mobilidade em 19 dos 26 estados brasileiros. Além de possuir operações por todo o Brasil, também implantou seus sistemas de fiscalização de trânsito em El Salvador e México.
E entre as tecnologias não há só radares. A Velsis ainda tem soluções como o Free Flow (pagamento de pedágio sem precisar parar na rodovia); o Sinatra VS, que foi utilizado no Carnaval de Salvador (BA) e pode fazer o controle de tráfego de veículo em locais de circulação restrita; o Falcon VS, sistema que integra diversas ferramentas de segurança pública; entre outros produtos que tornam as cidades mais inteligentes e conectadas.